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“Não deixe para amanhã aquilo que pode fazer hoje”, trata-se de um provérbio que se encaixa na perfeição nas situações que dizem respeito às decisões a tomar no final da carreira de um empresário, nomeadamente, por via de um processo de sucessão ou pelo processo de venda da empresa.

Seja qual for a opção, estamos a falar de processos que devem ser discutidos, planeados, validados e implementados com a antecedência devida, caso contrário, podemos ser confrontados com um desfecho que pode condicionar a continuidade do negócio ou restringir as condições de venda da empresa mais à frente.

Assim, o objetivo deste artigo é analisar alguns dos problemas que ocorrem com frequência no final da carreira de um empresário, normalmente associados a um contexto de situações de cansaço, fim de uma carreira profissional, novo projeto de vida, vontade de desenvolver outras atividades que lhe deem mais prazer, reforma, etc. O planeamento em quaisquer uma destas fases é a chave certa para minimizar os potenciais conflitos que possam surgir no processo de sucessão nas empresas ou processo de venda.

 

Processo de Sucessão

É fundamental identificar as ações preventivas que podem facilitar ou minimizar eventuais dificuldades no processo sucessório. O processo de sucessão da empresa não deve ser tratado como um tabu familiar, é preciso que haja a noção por parte dos empresários que a capacidade do trabalho não é perpétua e, por isso, este processo deve ser despoletado assim que estejam reunidas as condições necessárias.

A melhor maneira é antecipar os problemas e fazer as coisas com a maior transparência possível, nomeadamente, prestando informações a toda a família sobre suas intenções e estabelecendo um programa de ações calendarizado até deixar o comando da empresa, promovendo a divulgação da informação necessária para abrir a Gestão da empresa, através de uma análise objetiva sobre o presente da sociedade, valores, planos, constrangimentos, oportunidades, etc.

A prossecução dessas ações torna mais fácil o processo de tomada de decisão por parte do gestor, juntamente com a família, sobre quem será o seu sucessor, minimizando os traumas desta passagem.

Os atuais gestores e os sucessores devem estar preparados para a adaptação da nova estrutura da empresa, de forma que possam decidir sobre os assuntos e mudanças na liderança que podem gerar resistências internas e consequentemente prejudicar a evolução da empresa numa altura critica.

Para muitas empresas procurar e escolher o novo sucessor da sua empresa pode ser uma tarefa difícil que implica tempo e paciência. Procurar alguém fora da empresa, não familiar, pode ser ainda mais difícil que escolher um dos filhos.

Eventualmente, a consciencialização de que escolher um dos filhos como o sucessor pode não ser a melhor das saídas para o determinado momento da empresa, transforma-se num dos grandes desafios do fundador. Para esse efeito as sugestões apresentadas abaixo são ótimas para preparar uma sucessão sem traumas:

  • Analise as aptidões
  • Treine os candidatos
  • Evite conflitos
  • Delegue aos poucos
  • Defina o sucessor

Dois ou três anos antes de sua saída, eleja oficialmente o sucessor e passe gradualmente as suas incumbências. O ideal é preparar a sucessão com pelo menos cinco a dez anos de antecedência. Esse tempo será necessário para avaliar os sucessores, treiná-los, transmitir os valores da empresa e prepará-los para serem bem-sucedidos.

Não é garantia de que uma boa formação gere bons sucessores, é importante que o sucessor tenha aptidão para os negócios da família. A motivação deve ser estimulada desde o início, porém sem imposições rígidas por parte dos pais, o interesse pode ser despertado com estímulos externos, mas a verdadeira vocação vem do perfil de cada gestor.

 

Processo de Venda

Não havendo sucessão, ou seja, não havendo descendentes naturais que possam dar continuidade ao negócio, a venda da empresa surge como a alternativa direta, mas implica também uma antecipação e um planeamento adequado para evitar problemas maiores.

Assim, é necessário haver uma análise, tomada de decisão e implementação de medidas internas que possam contribuir para a valorização do negócio antes do processo de venda ser despoletado.

A preparação do processo de venda é uma etapa fundamental, implica tempo, conhecimento detalhado da situação da empresa ao nível das contas, organização, processos internos, pontos fortes e fracos, etc.

O tempo permite colocar o foco nas situações que podem ser revistas numa fase prévia de comunicação ao mercado sobre a intenção de venda, exceto quando os motivos da venda estão relacionados com situações inadiáveis como doença, divórcio, discussão entre sócios.

De igual modo, o tempo permite organizar e preparar a informação de suporte do processo de venda. Apresentar planos de negócios não alcançáveis ou prometer resultados excessivamente empolados de um negócio pode levar à deceção de quem está a analisar uma empresa.

É preciso não esquecer que, mais tarde ou mais cedo, as diligências realizadas por parte dos compradores junto das áreas operacionais, contabilidade, jurídica, fiscal, etc., vão expor a realidade e havendo divergência nas expetativas criadas o processo é interrompido, com prejuízo evidente para ambas as partes.

Assim, ao contrário do que muitas vezes se pensa, o planeamento detalhado da operação e dados realistas sobre o negócio são aspetos fundamentais para cativar as expetativas iniciais do investidor.

Em resumo, informações completas e objetivas de ambos os lados contribuem para uma melhor negociação e evitam surpresas indesejáveis, que podem condenar uma transação num momento de incerteza.

 

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