O processo de venda de uma empresa, implica desenvolver previamente um conjunto de ações tendo em vista a agilidade, transparência e veracidade da informação que é prestada durante o processo de negociação perante os potenciais investidores.
Quaisquer falhas que ocorram nas componentes que foram atrás referidas podem comprometer as negociações por via da desconfiança instalada, a qual pode conduzir a auditorias mais exigentes a realizar por conta dos compradores, atrasar o processo negocial, aumentar a necessidade de liquidez da empresa, aumentar o prémio de risco pela desconfiança das premissas do negócio, etc.
Podemos afirmar que preparar a empresa para a venda é um fator chave para o sucesso da transação.
Planeamento da operação de venda
Uma venda bem-sucedida pressupõe que haja um planeamento cuidado de toda a operação de forma a permitir a analise das situações que podem ser revistas na empresa, sem implicar um aumento de despesas significativas, mas que no mínimo podem ter a contrapartida de impedir que determinados aspetos menos positivos sejam usados como alavanca negocial para uma desvalorização dos ativos.
Estas situações estão relacionadas com o nível de informação contabilístico, legal, controlo-orçamental, processos internos, normativos, aspetos operacionais, melhorias ligeiras ao nível dos ativos.
Estamos a falar de situações que praticamente não implicam acréscimo de custos e que até podem representar uma valorização por parte de quem está a avaliar a empresa, por exemplo, quem vende uma unidade industrial deve ter em conta aspetos tão básicos como sejam:
- A limpeza das instalações e máquinas;
- A sinalética obrigatória que deve estar bem visível;
- As linhas de produção que devem estar devidamente identificadas e separadas por traços pintados no chão (caso haja partilha de espaço);
- Não haja vasilhame ou material de embalagem fora do armazém;
- Outros aspetos relacionados com a organização tais como a afixação dos mapas legais exigidos, informação com os turnos e escalas de produção, lista dos funcionários, etc.
Como é óbvio, esta análise deve ser efetuada de forma a permitir a identificação das situações que necessitam de ser revistas, analisar o que fazer em tempo útil, avaliar eventuais gastos decorrentes das alterações a efetuar e implementar os procedimentos que venham ser decididos pela Gestão.
Esta preparação do processo de venda de uma empresa pode levar algum tempo. Por isso, se pretende vender a sua empresa deve elaborar de imediato um plano para tentar maximizar o valor a longo prazo, identificando as ações que devem ser tomadas, prazos, responsáveis e assegurar que existe uma entidade que vai controlar o processo.
Informação credível e de fácil acesso
Os compradores valorizam empresas que demonstrem ter organização, informação e documentos disponíveis e de fácil acesso.
Este trabalho é também uma mais-valia para a empresa porque vai permitir, por um lado, corrigir situações que porventura estavam omissas, permitindo que haja ainda mais conhecimento da empresa, por outro lado, vai antecipar perguntas e contra-argumentação perante questões colocadas pelos investidores, ganhando pontos ao responder às perguntas de forma transparente, objetiva e com celeridade.
As situações que não são possíveis corrigir, quer seja por falta de tempo, quer porque implicam um acréscimo de capital ou dependem de fatores externos, devem ser enumeradas e, para cada um delas, deve haver um justificativo com o motivo de não terem sido executadas.
Nesta fase devem também ser identificados e enfatizados os pontos fortes da empresa, sempre com recurso a dados credíveis, explicando as medidas que podem ser implementadas para valorizar ainda mais esses aspetos. De igual modo, devem estar identificados os pontos fracos para, caso sejam questionados, haja a perceção imediata por parte dos investidores de que os mesmos foram analisados e foram tidos em conta nas decisões e planos da empresa.
Esta demonstração de que existe um conhecimento detalhado da empresa por parte dos atuais sócios impacta numa diminuição do prémio de risco, aumentando por esta via o interesse e as ofertas por parte dos potenciais interessados.
Este processo de preparação vai permitir também ajuizar um valor justo de venda, possibilitar a divulgação de informação credível e apresentar um anúncio de qualidade, que por sua vez vai potenciar a prospeção e angariação de potenciais compradores.
Contudo, o processo de preparação não pode revestir a tentação de enviesar ou omitir dados ou apresentar realidades diferentes, com o intuito de iludir o comprador na fase de avaliação. Uma falha deste tipo pode queimar a empresa no setor. Assim, o comprador deve ter acesso a toda a informação para que tome a sua decisão com base em dados reais.
A documentação que normalmente é solicitada na primeira fase de análise é aquela que diz respeito à contabilidade para avaliar os aspetos patrimoniais e económico-financeiros. Para esse efeito deve preparar as demonstrações dos últimos anos, os fluxos de caixa, os orçamentos e respetivo controlo orçamental e o balanço patrimonial, tendo em atenção a veracidade, organização dados, pois, provavelmente, os compradores irão solicitar um processo de due diligence e, caso encontrem alguma discrepância, a empresa perde credibilidade.
De igual modo deve haver informação disponível e revista sobre todos os créditos (sobre e favor da empresa), os contratos principais vigentes do negócio, licenças, alvarás e seguros.
Deve haver um documento formal com a apresentação da empresa, onde para além do resumo das rubricas atrás mencionadas, deve ter informação sobre os mercados, operação, clientes, produtos, serviços, das patentes, tecnologias e utilização de serviços externalizados.
É conveniente neste processo que haja o aconselhamento de uma entidade externa como a EWP que tenha experiência na fase de preparação que antecede o processo de venda da sua empresa.
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