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Muitas empresas em Portugal apresentam bons resultados, no entanto, deparam-se com um grave problema de liquidez que as obriga a recorrer a financiamento externo. Isto acontece porque existem determinados indicadores financeiros muito importantes que são descuidados, muito devido à falta de formação, num país em que dois terços das empresas têm gestores sem habilitações para a posição.

 

Afirmar que todos os problemas de liquidez das empresas portuguesas se resumem a dois indicadores é uma forma muito simples de ver a questão, porém ter o cuidado de analisar e tomar boas decisões em relação ao PMP e PMR, pode aliviar a necessidade das organizações se apoiarem a empréstimos bancários ou a apoios do Estado que não chegam.

 

Nesse caso o que devemos fazer? Bom, para começar é necessário debruçarmo-nos um pouco sobre a definição destes indicadores. O Prazo Médio de Pagamento (PMP) é o tempo em média que a empresa demora a pagar aos seus fornecedores, o Prazo Médio de Recebimento (PMR) é o tempo em média que a empresa demora a receber dos seus clientes, ora se o PMP for inferior ao PMR podemos logo ver que temos um problema, significa que na prática temos sempre de estar a adiantar um determinado montante para mantermos a nossa atividade, ou seja, primeiro pagamos e só depois recebemos.

 

Com este pequeno exemplo podemos ver que é muito fácil entender se algo está errado, o que exige de nós ponderação é o que fazemos com essa análise. Assim como nós queremos que os clientes nos paguem o mais rapidamente possível, os nossos fornecedores esperam o mesmo de nós, o que remete ambas as partes para um difícil processo negocial.

 

Nesta fase, torna-se crucial termos algo para oferecer, como descontos, para incentivar a antecipação de pagamentos, mas até onde podemos ir com este incentivo? É aqui que somos obrigados a complicar um pouco as coisas. Precisamos de ter bem presente o conceito da desvalorização do dinheiro, a moeda tem sempre mais valor hoje do que amanhã, e também saber qual o nosso custo de oportunidade, a partir daí conseguimos tomar as decisões necessárias para negociar o prazo de recebimento, financiando-nos com a nossa própria exploração.

 

Em resumo, cada empresa tem sempre duas realidades, a realidade contabilística e a financeira. Esta primeira é desenvolvida através do delineamento de boas estratégias e planeamento da atividade e mede o desempenho do negócio, já a realidade financeira é completamente dispare, uma vez que não depende exclusivamente de bons resultados, mas sim de uma boa gestão e aplicação dos fundos monetários.

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