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O setor exportador português desempenha um papel vital na promoção do crescimento económico, com um leque diversificado de empresas a darem contributos significativos. Entre elas, um grupo selecionado destaca-se como verdadeiros “globetrotters”, exportando os seus produtos para mais de 100 mercados em todo o mundo. Embora este grupo represente um pequeno nicho dentro da comunidade exportadora mais alargada, o seu impacto na economia portuguesa é inegável. Neste artigo, vamos explorar a importância destas empresas, a sua evolução e o seu significado em vários setores.

 

Quando falamos de empresas exportadoras portuguesas, é essencial reconhecer que os “globetrotters” não são apenas grandes corporações baseadas nos recursos naturais portugueses. Apesar de empresas como a Navigator, a Corticeira Amorim e a Sogrape se terem afirmado como grandes players, outras indústrias também deixaram a sua marca. Por exemplo, a Fricon, a Tecnimede, a Amtrol-Alfa, a Taylor’s, a Symington, a Aveleda, a Indasa, a Care to Beauty e a Prozis demonstraram a sua capacidade de prosperar no mercado internacional.

 

Um dos setores que merece destaque é o farmacêutico. A Tecnimede, fundada por Jorge Ruas, exemplifica o conceito “born global” – uma empresa dedicada à rápida expansão global desde o seu início. Com uma presença em mais de 100 países e um enfoque na investigação e desenvolvimento, a Tecnimede tem navegado com sucesso nos mercados internacionais. O compromisso da empresa com um “mix” de produtos relativamente homogéneo facilitou a sua expansão, permitindo-lhe exportar produtos farmacêuticos, minimizando a necessidade de grandes adaptações.

 

Os setores do vinho e da cortiça também apresentam histórias de sucesso notáveis no domínio das exportações. A Sogrape, o famoso produtor de vinho, exporta mais de 30 marcas para cerca de 120 mercados. Mateus Rosé, a principal marca de vinho de Portugal, continua a ser o vinho português mais vendido a nível mundial. A extensa rede de distribuição da Sogrape e as parcerias com mais de 80 anos permitem que os seus vinhos cheguem a diversos mercados, contribuindo significativamente para o volume de negócios da empresa.

 

A Corticeira Amorim, o maior grupo transformador de cortiça do mundo, é outro ator de destaque. Com uma rede de distribuição que engloba 63 empresas e exportações para mais de 100 mercados, a Corticeira Amorim ultrapassou a marca dos mil milhões de euros de faturação. A venda de milhares de milhões de rolhas de cortiça por ano representa uma parte significativa do volume de negócios da empresa, o que evidencia a procura persistente e as vantagens deste material amigo do ambiente.

 

Diversificação, Inovação e Resiliência:

O êxito destes “globetrotters” pode ser atribuído à sua abordagem estratégica, que privilegia a diversificação, a inovação e a adaptabilidade. Ao alargarem o seu alcance a numerosos mercados, estas empresas atenuaram os riscos associados a uma dependência excessiva de regiões específicas. A exposição a diferentes culturas e mercados estimulou a inovação e permitiu-lhes adaptarem-se rapidamente à evolução das preferências dos consumidores e às flutuações económicas.

 

No entanto, aventurar-se em mercados internacionais acarreta desafios. As empresas têm de navegar por diferentes aspetos técnicos, regulamentos, alfândegas e responsabilidades logísticas. As considerações financeiras, como a gestão de riscos cambiais e de crédito, são também cruciais. No entanto, ao enfrentarem estas complexidades de frente, estas empresas demonstraram resiliência e cimentaram as suas posições como contribuintes-chave para o sector exportador português.

 

Os “globetrotters” das exportações portuguesas representam um grupo dinâmico e influente de empresas que conseguiram conquistar um nicho no mercado internacional. As suas contribuições vão para além de sectores específicos, com realizações notáveis nas indústrias farmacêutica, vinícola, corticeira e de refrigeração. Ao alargarem o seu alcance a mais de 100 mercados, estas empresas não só reforçaram a economia portuguesa, como também mostraram as capacidades de Portugal à escala global. O seu empenhamento na diversificação, inovação e resiliência posiciona-as como motores cruciais.

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