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Um relatório do Fórum Económico Mundial prevê que, até 2027, 23% dos empregos terão mudado, resultando na criação de 69 milhões de novos empregos e na perda de 83 milhões, o que, em termos líquidos é uma perda de 14 milhões de empregos ou 2% do emprego atual, a nível mundial. A automatização é o principal fator de perda de postos de trabalho, sendo os empregos de escritório, como rececionistas e responsáveis pela introdução de dados, os mais rapidamente afetados.

 

O relatório baseia-se nas respostas de mais de 800 empresas, que sublinham que a adoção de tecnologias avançadas e a digitalização terão uma forte influência na criação de emprego. Só o comércio digital deverá criar pelo menos dois milhões de novos postos de trabalho. A gestão de grandes volumes de dados é o principal setor para a criação de emprego, com analistas de dados, cientistas de dados e especialistas em grandes volumes de dados em grande procura. O relatório estima que serão também necessários mais 30% de especialistas em inteligência artificial e cibersegurança, o que vai de acordo com a conclusão de um artigo anterior que referia que a principal preocupação/fator de risco identificado pelas empresas para o futuro era a cibersegurança.

 

O relatório salienta ainda a necessidade de melhorar as competências e requalificar os trabalhadores para se adaptarem a estas mudanças. As empresas inquiridas indicaram que darão prioridade à formação dos funcionários na utilização da inteligência artificial e dos macrodados nos próximos anos. No entanto, o relatório estima que 44% das competências de cada trabalhador terão de ser atualizadas. Acho que se as empresas se comprometerem à palavra que deram neste inquérito e se servirem de exemplo, a qualificação maior acaba por levar a maiores salários e acho uma iniciativa bonita que as empresas se foquem em melhorar os seus ativos em vez de “jogar fora e comprar de novo” já para não falar do facto (que devia ser mais exposto, na minha opinião, do que é, por várias razões) de o custo de uma nova contratação ser notoriamente mais alto do que a formação adicional de um membro já presente na empresa e mais ainda porque a cultura e know-how de uma empresa não se cultivam num dia ou num mês e aproveitar o existente é também a jogada mais prática.

 

Saadia Zahidi, diretora executiva do Fórum Económico de Davos, referiu que o avanço da inteligência artificial e de outras tecnologias irá aumentar as incertezas que já se instalaram devido à pandemia e às crises económica e geopolítica. Os decisores políticos e as empresas terão de trabalhar em conjunto para enfrentar os desafios da automatização e garantir que a mão-de-obra esteja equipada com as competências necessárias para prosperar na era digital.

 

Em suma, o relatório sugere que, embora a automatização traga benefícios significativos para a economia, haverá também desafios em termos de perda de postos de trabalho e de inadequação de competências. Os decisores políticos e as empresas devem trabalhar em conjunto para enfrentar estes desafios e garantir que os benefícios das novas tecnologias sejam sentidos por todos. E os colaboradores devem dentro dos possíveis preparar-se para a eventualidade de uma mudança de larga escala e, para os que quiserem prosperar e adquirir uma vantagem competitiva, começar já a “estudar a matéria da próxima era”.

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