O recente anúncio da oferta pública de aquisição da Ercros pela Bondalti suscitou grande expetativa na indústria química europeia. Iniciada pelo braço químico do grupo José de Mello, a oferta representa um passo estratégico no sentido de reforçar as capacidades e a competitividade do setor.
O presidente João de Mello sublinha a importância desta aquisição, destacando o seu papel fundamental na definição do panorama das empresas químicas ibéricas. Com uma avaliação de 3,6 euros por ação, a oferta avalia a Ercros em 329 milhões de euros, o que reflete o compromisso de aumentar a estatura e a solidez financeira de ambas as empresas.
A visão da De Mello vai para além da mera consolidação, ou seja, tem como propósito uma postura proactiva na navegação dos desafios da indústria, particularmente no meio da transição energética que varre a Europa. Ao integrar a Ercros na sua carteira, a Bondalti pretende cultivar a inovação e reforçar a competitividade, posicionando-se como um catalisador da evolução do setor.
No entanto, a aquisição está dependente da aprovação das partes interessadas, com um requisito de mais de 75% de aceitação do capital. Nomeadamente, a Bondalti reafirma o seu compromisso de preservar a integridade operacional da Ercros, incluindo a manutenção da sua sede em Barcelona e a salvaguarda da sua força de trabalho de 1350 pessoas em dez instalações.
Embora as aprovações regulamentares estejam pendentes, as ambições da Bondalti transcendem esta única aquisição. João de Mello dá a entender que tem projetos em perspetiva, incluindo a aquisição de uma empresa de produção de biogás e a criação de três fábricas de lítio verde. Estes empreendimentos sublinham a postura proativa da Bondalti em relação à sustentabilidade e ao avanço tecnológico.
Numa altura em que a indústria aguarda ansiosamente as aprovações regulamentares, a aquisição da Ercros pela Bondalti surge como um passo decisivo para a promoção de um setor químico dinâmico e resistente na Europa. Não só significa a união de dois líderes do setor, como também anuncia uma nova era de inovação e crescimento.
O Grupo Sonae, sob a liderança de Cláudia Azevedo, continua a fazer movimentos estratégicos no domínio da tecnologia alimentar com a sua mais recente aquisição da Diorren, proprietária da BCF Life Sciences, por 160,5 milhões de euros. Esta aquisição surge na sequência do sucesso da oferta pública de aquisição da Musti pela Sonae, demonstrando o empenho do grupo em expandir a sua presença no setor da tecnologia alimentar.
Também, em comunicado divulgado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Sonae confirmou a aquisição de uma participação de 89,1% na Diorren, destacando o seu investimento na BCF Life Sciences, que produz ingredientes para a indústria da nutrição. Embora a Diorren seja a entidade adquirida, a BCF continua a ser o foco principal da operação da Sonae.
Mantendo a continuidade, a Sonae assegura que a BCF continuará a ser gerida pela sua atual equipa de liderança. Em particular, a equipa de gestão reinvestiu 19,7 milhões de euros na empresa, detendo coletivamente uma participação minoritária de 10,9%. Este movimento reflete a confiança da Sonae na liderança da BCF e a sua dedicação em promover o crescimento da empresa.
A aquisição foi facilitada pela Sparkfood, o braço de investimento da Sonae dedicado ao setor das tecnologias alimentares. Este movimento não só reforça o portefólio de investimento da Sparkfood, como também está alinhado com a estratégia global da Sonae de estabelecer uma plataforma global na indústria de tecnologia alimentar. Através da aquisição de empresas especializadas em ingredientes inovadores e de valor acrescentado, a Sonae pretende alavancar conhecimentos sólidos, experiência comprovada e posições de mercado significativas para impulsionar o crescimento e a inovação.
Em suma, a aquisição da BCF Life Sciences pela Sonae através da Diorren reforça a sua visão estratégica de expandir a sua presença no setor das tecnologias alimentares, posicionando-se como um player chave no mercado global de ingredientes alimentares inovadores.
