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Em 2022, o setor de capital de risco em Portugal testemunhou um crescimento notável, graças a um número crescente de investidores de retalho que alocaram suas economias para este dinâmico campo de investimento. Essa entrada de fundos teve um impacto profundo, beneficiando principalmente empresas nas suas fases de crescimento, enquanto a reorientação estratégica viu uma diminuição no interesse dos investidores.

 

De acordo com o relatório anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários de Portugal (CMVM), o capital de risco em Portugal experimentou um aumento significativo, com os ativos sob gestão aumentando 18% para atingir 7.164 milhões de euros. Esse crescimento impressionante foi atribuído tanto a investimentos diretos por meio das carteiras de empresas de capital de risco quanto a investimentos por meio de fundos de capital de risco.

 

Os fundos de capital de risco desempenharam um papel fundamental, constituindo mais de 95% do total de ativos sob gestão. Embora o número de entidades de gestão neste segmento tenha diminuído ligeiramente, a tendência geral era de expansão, com 21 fundos adicionais em dezembro de 2022 em comparação com o ano anterior, totalizando 247 fundos, incluindo 23 compartimentos autónomos.

 

Esse crescimento no setor de capital de risco também atraiu um número maior de investidores, com fundos de capital angariando 10.771 participantes até dezembro de 2022, o que representa um aumento de 36% em relação ao ano anterior. Notavelmente, 77% desses participantes eram investidores de retalho e 57% eram investidores portugueses.

 

Embora o montante médio de investimento tenha diminuído para 720 mil euros em 2022 (de 990 mil euros em 2021), isso se deveu principalmente ao maior número de participantes em vez de uma diminuição no valor líquido global dos fundos.

 

O cenário de capital de risco português se concentrou predominantemente em private equity (62% do total de ativos sob gestão) e capital de risco (35%), com imóveis e infraestruturas representando apenas 3%.

 

As estratégias de investimento favoreceram principalmente empresas em fase de crescimento, com os fundos investindo 1.763 milhões de euros para apoiar sua expansão em 2022, em comparação com 1.681 milhões em 2021. Os investimentos em empresas em estágio inicial e start-ups aumentaram em 42%, atingindo 1.2 mil milhões de euros. Em contraste, os investimentos em empresas que buscam reorientação estratégica (“turnaround”) cresceram 7%, atingindo 834 milhões de euros, enquanto os casos de compra de participações pela administração caíram 47% para 304 milhões de euros.

 

Em conclusão, o setor de capital de risco de Portugal tem vindo a experienciar um crescimento robusto, impulsionado pelo aumento da participação de investidores de retalho e foco em empresas em crescimento. Esse aumento de financiamento reflete a evolução do cenário de investimento em Portugal e o crescente interesse em oportunidades de capital de risco.

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