No cenário dinâmico da transição energética, grandes players do sector como a Cepsa, a Galp e a EDP embarcaram numa jornada transformadora rumo à descarbonização. Reconhecendo a indispensabilidade da inovação, estas empresas estão a estabelecer alianças estratégicas com start-ups para acelerar a sua transição e reduzir custos.
Ignacio Muñoz García, responsável pela área de Inovação Aberta da Cepsa, enfatiza a essência colaborativa necessária para esta transição. “A transição digital e energética não é algo que possamos fazer sozinhos”, sublinha. A Cepsa procura ativamente colaborações com startups, universidades, administrações públicas e fundos de capital de risco, como é evidente no seu envolvimento em eventos como a Web Summit.
A Cepsa, que já colabora com 20 a 30 startups principalmente de Espanha, está a ampliar os seus esforços com o lançamento da sua unidade de Inovação Aberta em 2023. Com um orçamento superior a meio milhão de euros por ano, a empresa centra-se em tecnologias emergentes como a inteligência artificial, a cadeia de blocos e a computação quântica, o que sublinha o seu compromisso com a inovação.
Do mesmo modo, a Galp, que atribui 150 milhões de euros este ano para a inovação, adopta uma postura pró-ativa na descarbonização. Através de iniciativas como a Startup the Future, facilitada pela sua plataforma Upcoming Energies, identificou start-ups como a Clever Solar e a Naked Energy, que apresentam soluções inovadoras que vão desde o diagnóstico solar a tecnologias solares híbridas.
Ana Casaca, Directora de Inovação da Galp, sublinha o papel fundamental da inovação na diversificação das fontes de energia. Defende uma transição justa e inclusiva, reconhecendo que sectores como o rodoviário e o da aviação necessitam de novos combustíveis sustentáveis e gases renováveis, uma direção que a Galp está a explorar, nomeadamente na sua refinaria de Sines.
A EDP, com um sentimento semelhante, vê as start-ups como parceiros estratégicos que impulsionam a eficiência e o desempenho na sua jornada de transição energética. Com um orçamento reforçado para a inovação e programas como o Free Electrons e o Energy Starter, a EDP promove ativamente colaborações com start-ups de todo o mundo, tendo investido significativamente em projectos inovadores com resultados promissores.
O papel fundamental das empresas em fase de arranque na revolução do sector da energia não pode ser subestimado. Os esforços de colaboração entre os gigantes da energia estabelecidos e as ágeis empresas em fase de arranque não só aceleram a inovação, como também abrem caminho a um futuro energético mais sustentável e diversificado. À medida que estas parcerias florescem, têm o potencial de redefinir o panorama energético, orientando-o para um futuro mais verde e mais inclusivo.