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Falar em crise económica transporta o povo português para o período de 2010 a 2014, altura em que devido à crise global de 2008 e à crise da dívida pública da Zona Euro, Portugal viu-se forçado a pedir um resgate financeiro em 2011, ficando sob a alçada da troika até 2014.

 

Ora é fundamental entender que uma crise económica é diferente de uma crise financeira, pois esta última traduz-se, principalmente, numa falta de liquidez de um determinado sistema. É plausível argumentar que o prolongar da crise financeira mais tarde ou mais cedo redundará numa crise económica, mas já lá vamos.

 

Em primeiro lugar é muito importante entender quais as principais componentes de uma crise e como funciona. A economia é cíclica, o que significa que existem períodos de crescimento e fases de contração, sendo estas flutuações chamadas de ciclos económicos. No entanto, em cenário de crise somos abalados por um conjunto de circunstâncias que por sua vez compõem uma recessão.

 

Aprofundando um pouco este termo, uma recessão é caracterizada por uma contração da atividade económica durante um determinado período, o que engloba uma queda do nível de produção, o aumento do desemprego, um aumento de falências e uma queda do nível de investimento. Entramos em recessão técnica quando o crescimento económico de um país se apresenta negativo por um período superior a dois trimestres consecutivos. Ou seja, o aumento do desemprego e a redução dos investimentos produtivos afeta, diretamente, os responsáveis pela geração de riqueza.

 

Vamos então a números concretos: atualmente a taxa de desemprego em Portugal subiu para 6,1% como divulgado nos media, uma boa oportunidade de olharmos para este indicador e cruzarmos com os valores históricos. Este nível de desemprego é muito inferior ao verificado em 2009 (9,4%) como também aos anos subsequentes onde chegou a atingir 17,1% em 2013. Pela mesma altura podemos ver um aumento do nível de produção que, para os devidos efeitos, refletidos no crescimento do PIB, que se apresenta superior aos valores registados entre 2009 e 2016.

 

A juntar a esta informação temos as previsões da Comissão Europeia, que coloca Portugal como uma economia em crescimento e recuperação, não só para 2022 como também para o próximo ano.

 

Mas nem tudo são boas notícias. Depois de muitos anos de inflação muito baixa, herdamos do COVID-19 um ritmo de crescimento dos preços sem paralelo este século, agravado pela Guerra na Ucrânia.

 

Para combater a subida dos preços, os bancos centrais começaram já a subir as taxas de juro, o que terá um impacto muito significativo nos orçamentos familiares e das empresas, especialmente em países muito endividados como o nosso.

 

Face a estes indicadores macroeconómicos, não há como ignorar os riscos para as economias Europeias e mundiais. Mas não podemos também ignorar a resiliência que a economia Portuguesa tem demonstrado desde que, em 2014, se libertou das amarras do resgate.

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