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O Banco de Inglaterra (BoE) apanhou o mundo financeiro de surpresa ao aumentar a sua taxa de juro de referência em 50 pontos base para 5%, atingindo o seu nível mais elevado desde 2008. Este movimento foi inesperado, dado que o mercado só tinha previsto um aumento de 25 pontos base. A decisão, tomada por maioria de 7-2 votos, reflectiu a convicção do Comité de Política Monetária de que a inflação e o crescimento dos salários eram questões persistentes que tinham de ser abordadas. O Governador do BoE, Andrew Bailey, referiu que, embora a economia do Reino Unido estivesse a ter um desempenho melhor do que o esperado, a inflação continuava a ser teimosamente elevada.

 

O anúncio veio na sequência da confirmação de que a taxa de inflação homóloga do Reino Unido se situou em 8,7% em maio, permanecendo inalterada em relação ao mês anterior, mas superior às expectativas dos analistas. A inflação global aumentou 0,7%, ultrapassando as expectativas e indicando pressões elevadas sobre os preços. A inflação subjacente também atingiu o seu nível mais elevado desde março de 1992, subindo para 7,1%. Estes números alimentaram ainda mais as preocupações sobre os potenciais efeitos recessivos da subida agressiva das taxas de juro.

 

Na sequência das notícias, a reação inicial da libra foi cautelosa, reflectindo as preocupações com o impacto das taxas de juro elevadas na economia. Além disso, o mercado prevê agora quatro subidas adicionais das taxas de 25 pontos base até ao final do ano, o que contribui ainda mais para as incertezas.

 

Entretanto, na Zona Euro, os indicadores económicos apontaram para um abrandamento. O Índice de Gestores de Compras (PMI) composto da Zona Euro caiu para 50,3 em junho, assinalando uma forte desaceleração da expansão do bloco, impulsionada por um crescimento mais lento no sector terciário e por uma contração mais profunda na indústria transformadora. O PMI da indústria transformadora atingiu o seu nível mais baixo em três anos, enquanto o PMI do sector dos serviços registou o crescimento mais lento em cinco meses.

 

Os mercados financeiros também registaram flutuações. O par EUR/GBP recuperou-se depois de testar o seu apoio em £0,0852, sugerindo um nível robusto que pode continuar a apoiar o par. Por outro lado, o par EUR/USD não conseguiu quebrar a resistência de $1,1000 e recuou abaixo de $1,0900, com $1,0800 servindo como o próximo nível de apoio.

 

Os preços do petróleo enfrentaram uma pressão descendente devido aos bancos centrais sinalizarem um ciclo prolongado de aperto e expectativas de um período inflacionário mais longo. Preocupações sobre uma potencial recessão pesaram ainda mais sobre os preços do petróleo.

 

O ouro, influenciado pelas decisões e orientações dos bancos centrais, teve uma das suas piores semanas desde fevereiro. O metal precioso quebrou o seu apoio de $1940 e aproximou-se do nível de $1900, que é agora previsto para atuar como resistência.

 

Aviso Legal: A análise técnica apresentada neste artigo não pretende ser um aconselhamento financeiro. Para questões relacionadas com Análise Técnica, por favor consulte o FMI ou o Jornal de Negócios.

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