O panorama das fusões e aquisições em Portugal continua a demonstrar resiliência e crescimento, a registar transações no valor de 1,1 mil milhões de euros. Os dados mais recentes da TTR apresentam um quadro encorajador, mostrando um aumento de 1% no número de transações e um notável aumento de 6% no capital em comparação com o mesmo período de 2023.
Nos primeiros dois meses de 2024, Portugal assistiu à conclusão de 107 operações de fusões e aquisições, embora apenas 35% tenham divulgado os valores das transações. Só em fevereiro foram 39 fusões e aquisições, no valor de 881,49 milhões de euros. O setor imobiliário foi o setor dominante, com 20 transações, seguido de perto pelo sector tecnológico, que registou um aumento notável de 36% em relação ao ano anterior.
Os investimentos transfronteiriços desempenharam um papel importante, com Espanha e Singapura a surgirem como principais investidores em Portugal, enquanto as empresas portuguesas privilegiaram Espanha e os Estados Unidos para os seus investimentos no exterior. Particularmente notável foi o aumento das aquisições estrangeiras no setor da tecnologia, refletindo um aumento de 137% em comparação com o mesmo período em 2023.
O private equity e o capital de risco também registaram uma forte atividade, com 8 operações de private equity e 29 rondas de investimento de capital de risco, num total de 85 milhões de euros. Apesar do ligeiro decréscimo nas aquisições de ativos, com uma redução de 14%, o segmento ainda assim foi responsável por transações no valor de 842 milhões de euros.
O destaque do mês de fevereiro vai para a aquisição pela Rainergy de quatro centrais mini-hídricas no Norte de Portugal, uma operação avaliada em 39,45 milhões de euros. A assessoria jurídica desta operação esteve a cargo da Costa Pinto & Associados e da Linklaters Portugal, tendo esta última liderado o ranking jurídico em valor e a CCA em número.
Os assessores financeiros também tiveram um papel preponderante, com a Houlihan Lokey a destacar-se tanto em número de transações como em valor, totalizando 320 milhões de euros. Estes números reforçam a atratividade de Portugal como destino para investidores nacionais e internacionais, evidenciando a crescente proeminência do país no panorama global de M&A.