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O cenário de fusões e aquisições em Portugal em 2023 testemunhou um desempenho moderado, refletindo um ano marcado por desafios económicos e incertezas regulatórias. Com apenas 116 negócios, no valor de 2,8 mil milhões de euros, registou-se o nível de atividade mais baixo dos últimos cinco anos. Este declínio sublinha uma tendência mais ampla de diminuição da disponibilidade de capital e de ambiguidade legislativa, que desencoraja a realização de transacções robustas no país.

Entre as transacções mais notáveis, a venda da VIC Properties pela Aggregate surgiu como a maior transação do ano, com um valor substancial de 670 milhões de euros. Seguiu-se a joint-venture entre a Galp Energia e a Mitsui, que investiu 400 milhões de euros na produção de biocombustíveis avançados, assinalando uma evolução significativa no sentido de iniciativas energéticas sustentáveis.

O sector bancário também registou uma atividade assinalável, com o Banco BIC (Eurobic) a mudar de mãos num negócio estimado em mais de 300 milhões de euros, enquanto o galego Abanca expandia a sua presença no panorama financeiro português. A aquisição pela Semapa da Triangle, um dos principais fabricantes de quadros para bicicletas eléctricas, por 179 milhões de euros, e a compra pela Auchan de toda a operação do Grupo Dia em Portugal, por 155 milhões de euros, vieram acrescentar diversidade ao portfólio de fusões e aquisições do ano.

No entanto, estes negócios são uma mera fração da atividade robusta observada em 2020, reflectindo os desafios colocados pela escassez de capital nacional e pela instabilidade regulamentar. Apesar destes obstáculos, os especialistas continuam cautelosamente optimistas, salientando a necessidade de quadros regulamentares favoráveis e de uma maior injeção de capital para revitalizar o mercado de fusões e aquisições em Portugal nos próximos anos.

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